Esse site é resultado do Projeto “BAIXO SUL DA BAHIA: TERRITÓRIO, EDUCAÇÃO E IDENTIDADES”, desenvolvido no curso de especialização Lato Sensu em Relações Étnico-raciais e Cultura Afro-brasileira (Reafro) e no Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), do IF Baiano Campus Valença. Nesta página eletrônica você encontrará referências construídas sob o viés das etnicidades, abrangendo diversos temas ligados às populações da Costa Sul baiana ou Costa do Dendê. É preciso remarcar que o Baixo Sul da Bahia foi estratégico para os empreendimentos coloniais no Hemisfério Sul. Foi aqui que se intensificou a extração de madeiras e a escravização de indígenas e africanos. Aqui também se estabeleceu uma espécie de laboratório de estudo e experimentação de cultivos agrícolas e de ervas, o que colaborou com o desenvolvimento mundial de campos científicos como a Botânica e a Agricultura. A produção de alimentos nessa região garantiu a sobrevivência da população baiana e das vilas de outros estados em períodos de intensa fome. Cultivos indígenas e africanos alimentaram embarcados, exploradores e viajantes e também moldaram os nossos modos de vida. Destaca-se a farinha de mandioca e o dendê, abundantes nos portos localizados entre o sul de Salvador e o norte de Ilhéus que eram usados como pontos de desembarque de africanos escravizados ilegalmente. Essa agricultura, realizada principalmente em “roças de negros” e em quilombos, foi definitiva na criação interna de rotas de circulação de mercadorias e de abastecimento de povoados, vilas e cidades. Porém, não só a agricultura de subsistência influenciou a ocupação e organização do território. Palco de intensas disputas de terra até os tempos atuais, a Costa do Dendê se organizou também em torno de:
Nesse cenário, percebemos uma robusta paisagem da diversidade étnico-racial conectada com as dinâmicas do lugar. Isso é refletido, por exemplo, nas disputas de narrativas sobre as identidades locais, em que se vê tentativas de embranquecimento das origens históricas e apagamento da relevância negro-indígena nesse lugar. Os índices oficiais e as atuais disputas de posse da terra, travadas entre empreendimentos turísticos e agroindustriais e as comunidades e povos tradicionais, colocam o racismo ambiental e estrutural no âmago do cotidiano dessa população. Mas, embora apresente toda essa riqueza étnica, histórica, natural e socioeconômica, o Baixo Sul da Bahia despertou pouco interesse entre os pesquisadores brasileiros. Por isso, o site memoriasdobaixosul.com.br reúne, através do olhar das relações étnico-raciais, referências de pessoas importantes para as comunidades tradicionais, momentos históricos, mapas temáticos, lugares, aspectos do mundo do trabalho e da cultura, expressões artístico-culturais, entre outros temas imprescindíveis para a compreensão da costa sul baiana. A página é um subsídio para a implementação contextualizada do ensino da História da África e dos Ameríndios, das Culturas Afro-brasileira e Indígenas nas escolas (Leis 10.639/03 e 11.645/08). Nosso intuito é colaborar com a divulgação de investigações, pesquisas, projetos e estimular estudos e ações pedagógicas voltados para uma cultura antirracista a partir de interpretações da Costa do Dendê. Para complementar seu repertório de informações, recomendamos a leitura do livro eletrônico BAIXO SUL DA BAHIA: TERRITÓRIO, EDUCAÇÃO E IDENTIDADES.
Projeto conduzido pelo Grupo de Pesquisa NEABI do IF Baiano (CNPq), sob coordenação das docentes Dra. Nelma Barbosa e Ma. Scyla Pimenta, no âmbito do curso de Especialização em Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-brasileira na Educação (REAFRO) e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (IF Baiano Campus Valença).
Contato: nelma.barbosa@ifbaiano.edu.br